Cadeira nº 41

 

DR. ALEXANDRE RODRIGUES FERREIRA (1756 – 1815)

Naturalista brasileiro que se notabilizou pela realização de uma extensa viagem que percorreu o interior da Amazônia até ao Mato Grosso, entre 1783 e 1792. Durante a viagem, descreveu a agricultura, a fauna, a flora e os habitantes das regiões visitadas. É considerado um dos maiores naturalistas luso-brasileiros.

Filho do comerciante Manuel Rodrigues Ferreira, iniciou os seus estudos no Convento das Mercês, na Bahia, que lhe concedeu as suas primeiras ordens em 1768. Na Universidade de Coimbra, onde se matriculou no Curso de Leis e depois no de Filosofia Natural e Matemática, bacharelou-se aos 22 anos. Prosseguindo os seus estudos na instituição, onde chegou a exercer a função de Preparador de História Natural, obteve, em 1779, o título de Doutor. Trabalhou, em seguida, no Real Museu da Ajuda. A 22 de Maio de 1780 foi admitido como membro correspondente na Real Academia das Ciências de Lisboa. Em 1783 o naturalista deixou o seu cargo no Museu da Ajuda e, em setembro partiu para o Brasil, para descrever, recolher, aprontar e remeter para o Real Museu de Lisboa amostras de utensílios empregados pela população local, bem como de minerais, plantas e animais. Ficou também encarregado de tecer comentários filosóficos e políticos sobre o que visse nos lugares por onde passasse. Já em Lisboa, tendo regressado em janeiro de 1793, dedicou sua vida à administração metropolitana: foi nomeado Oficial da Secretaria do Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. Em 1794 foi condecorado com a Ordem de Cristo e tomou posse como Diretor interino do Real Gabinete de História Natural e do Jardim Botânico.

O seu “Diário da Viagem Filosófica” foi publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro entre 1885 e 1888. A Divisão de Manuscritos da Fundação Biblioteca Nacional conserva na Coleção Alexandre Rodrigues Ferreira (2006) centenas de documentos da Viagem Filosófica, além de papéis referentes à Amazônia no século XVIII. Há rico acervo, diários, mapas geográficos, populacionais e agrícolas, correspondência, mais de mil pranchas e memórias – que se encontram sobretudo na Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no Museu Bocage integrado no Museu Nacional de História Natural e Ciência, em Lisboa, e no Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa.

Fonte: Wikipédia