Cadeira nº 16

CONS. DR. JOAQUIM MONTEIRO CAMINHOÁ (1836-1896)
Lente de Botânica e Zoologia Médicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
Natural do Rio de Janeiro, onde faleceu. Filho de Manoel Jozé Caminhoá e de D. Luiza Monteiro Caminhoá, e irmão de Luiz Monteiro Caminhoá. Graduou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1858, sustentando tese doutoral “A febre amarela e o cólera-morbo serão provenientes de um envenenamento miasmático? Das medidas hydrotherapicas; Exame e solução das principais questões sobre anestesia e a Terapêutica Cirúrgica; ozona, sua natureza, propriedades e preparação.”
Opositor da Faculdade do Rio, em 1861. Proprietário da cátedra de Botânica e Zoologia Médicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1871, com a tese “Das plantas tóxicas no Brasil,” em substituição ao mineiro de Diamantina, Francisco Gabriel da Rocha Freire (1818-1867), lente da sobredita cadeira em 1855, morto na guerra do Paraguai. Jubilou-se no ano de 1881. Compartilhava na Corte, com as idéias do professor Francisco Praxedes de Andrade Pertence (1823-1886), que era favorável a uma reforma do ensino médico com novos métodos.
O professor Francisco Pertence foi cirurgião do general Manoel Luiz Osório, em hospital de sangue na guerra do Paraguai. Caminhoá, que ingressou em 1859, no Corpo de Saúde da Armada, também realizava cirurgias em plena guerra, no fim da qual reformou-se no posto de primeiro-tenente médico da Armada. Na campanha do Uruguai, como segundo-cirurgião, Caminhoá  fazia parte do pessoal do Corpo de Saúde em esquadra de uma corveta a vela e treze vapores, sob o comando do Dr. Carlos Frederico dos Santos Xavier de Azevedo (1825-1893), graduado em 1847 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,.
Em 11 de abril de 1869, candidatou-se a Academia Imperial de Medicina, quando submeteu a memória para apreciação intitulada “Sobre aparelhos anestésicos, particularmente sobre um inalador adjuvante para os casos operatórios em que não houver cirurgião ajudante,” Aprovado em 7 de julho de 1869 e admitido em 2 de agosto do mesmo ano.
Em 1881, antes da jubilação, Caminhoá foi beneficiado com a excelente reorganização da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, com a instalação de novos laboratórios e gabinetes pelo professor Vicente Cândido Figueira de Sabóia, ao depois visconde de Sabóia, nomeado para diretor naquele ano, quando se observava a renovação da Faculdade do Rio, fruto da Reforma Leôncio de Carvalho, em 1879.
Foi professor de História Natural. Do Conselho do Imperador. Estudou com proficiência a botânica nacional, escrevendo várias obras em derredor do assunto: “Botânica Médica Geral”, em três volumes e “Elementos de Botânica Geral Médica”, em 5 volumes, em  1877. Em 1880, em Paris, foi autor de “Catalogue des plantes toxiques du Brésil.”.
Era Conselheiro do Imperador Pedro II, da Imperial Ordem Austríaca de Francisco José e Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz.
Cf.:   http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/P/verbetes/camjoamon.htm#dadospessoais  (consulta realizada em 3 de agosto de 2007).
Prof.ª Maria Rachel Fróes da Fonseca
Cf.: Filho L S. História geral da medicina brasileira, 1.ª reimpressão, Hucitec Edusp: São Paulo, p. 104, 120, 122, 126, 139, 204, 279, 342, 382, 405, 420, 577, 579 ano: 1991.
Antonio Carlos Nogueira Britto