Cadeira nº 34

DR. JULIANO MOREIRA (1872-1933)
Lente da cadeira de Clínica Psiquiátrica e Doenças Nervosas na Faculdade de Medicina da Bahia
Nasceu em 6 de janeiro de 1872, na freguesia da Sé. Seu genitor, Manoel do Carmo Moreira era inspetor de iluminação pública. Filho de D. Galdina Joaquim do Amaral, doméstica na casa de residência do celebrado obstetra Dr. Adriano Alves de Lima Gordilho, (1830-1892), Barão de Itapuã, o qual foi seu padrinho de batismo.
Aprendeu as primeiras letras no Colégio Pedro II, transferindo-se mais tarde para o Liceu Provincial da província da Bahia.
Em 1886, dois anos antes da abolição da escravatura, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia do Terreiro de Jesus, doutorando-se, aos 18 anos de idade, em 1891, após sustentar tese inaugural intitulada “Siffilis maligna Precoce.”
Naquele ano de 1886, o Dr. Augusto Freire Maia Bittencourt (1847-1890) assumiu, por concurso o cargo de Lente de Clínica Psiquiátrica, (Reforma Benjamin Constant), sendo o Dr. Maia Bittencourt substituído, ao falecer em 1890, pouco tempo após a sua posse, pelo Dr. João Tillemont Fontes, de 1890 a 1907.
Nomeado, mediante concurso, em 1894, preparador de Anatomia Médico-Cirúrgica e, no mesmo ano, assistente da cadeira de Clínica Psiquiátrica de Clínica e Doenças Nervosas.
Frequentou na Europa os serviços dos professores Hitzig, Jolly Flechsig e outros, além do serviço de Clínica Médica, em Leyden e Nothnagel e o de Anatomia Patológica de Wirchow.
No serviço do Prof. Antonio Pacheco Mendes, na cidade da Bahia, realizou o primeiro exame microscópico no Brasil de casos de Micetoma.
Participou do embalsamamento do corpo do Prof. Manoel Victorino, no Rio de Janeiro, quando ali se estabeleceu .
Em 25 de março de 1903, foi empossado no cargo de Diretor do Hospital Nacional de Alienados no Rio de Janeiro.
Em 1905, fundou com Afrânio Peixoto os Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afins na sobredita cidade.
Presidente de Honra da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Medicina. Foi membro do Conselho Penitenciário do Distrito Federal.
O celebrado médico, tropicalista, sifilógrafo, alienista, psiquiatra e historiador da Medicina faleceu em 2 de maio de 1933 em um sanatório em Correias, no interior do Rio de Janeiro.
Antonio Carlos Nogueira Britto