Cadeira nº 12

DR. JOHN LIGERTWOOD PATERSON (1820-1882)
Nasceu no condado de Aberdeen, Escócia, a 14 de setembro de 1820. Graduou-se em medicina em 23 de abril de 1841.
Chegou à Bahia em 1842, procedente da Paraíba, onde exercia a clínica e aqui chegou para ajudar seu irmão mais velho, Dr. Alexander Paterson, (impossibilitado de exercer seu sacerdócio na sua clínica como médico da colônia inglesa), em pequeno hospital instalado nos Barris. Em 20 de agosto de 1842, solicitou às autoridades policiais título de residência na cidade da Bahia, conforme se lê no manuscrito original: “Aos vinte dias do mês de Agosto de mil oitocentos e quarenta e dous annos, em presença do Dezembargador Chefe da Policia da Provincia, Antonio Simoens da Silva compareceo n’esta Secretaria da Policia John L. Paterson; Subdito Portuguez, Natural digo Ingles, Natural da Inglaterra, idade vinte e dous annos, solteiro, vive de ser Medico, veio para o mesmo fim, declarou residir na rua dos Barris casa de rossa; e ter chegado a esta Cidade no dia desenove do mês de Agosto do anno corrente no Navio Ingles Broad Oak vindo de Liverpool. Apresentou documento que ficou archivado; obteve titulo  de residencia pelo praso de hum anno. E para cumprimento do exposto assignou o presente. Eu Manoel Joaquim Garcia o escrevy.
John L. Paterson”
À margem superior esquerda do documento em tela estava registrado: “Estatura alta. Cor alva. Cabellos louros. Olhos az. Nariz reg. Boca reg. Barba serrada. Rosto comprido”
À margem superior direita do mesmo documento, estava consignado: “Foi reformado para sempre em 28 de Julho de 1845.”
CF. Manuscrito original e inédito encontrado por Britto, AC.  A medicina bahiana nas brumas do passado. Contexto & Arte Editorial: Salvador, p. 227-228, 2002.
Em 1857, contraiu himeneu com Miss Caroline Mary, natural do Rio de Janeiro
Faleceu em Salvador em 9 de dezembro de 1882, no povoado da Barra, em frente ao farol, no ocaso do dia, quando visitava um doente com moléstia grave, ao seu lado.
Quatro anos após o falecimento do Dr. Paterson, no dia 13 de dezembro de 1886, foi inaugurado imponente monumento, no largo da Graça,  construído com estipêndio proveniente de subscrição popular, de ex-pacientes, amigos e coletas, confeccionado de granito procedente da Escócia.
Está registado no “Arquivo de cartas de exames” de 1832 a 1873 da Prefeitura da cidade do Salvador: “Registro de título de médico passado ao Dr. João Ligertwood Paterson: Doutor em medicina pela Universidade de Aberdeen e cirurgião pelo Colégio Real dos Cirurgiões de Londres. A Faculdade, depois da aprovação dos exames, conferiu licença para exercer a profissão pelo título passado em 7 de Novembro de 1842. Diretor: Francisco de Paula Araujo e Almeida. Registro à folha 92, em 25 de Novembro de 1842.” Cf. Coni, AC. A Escola Tropicalista Bahiana. Livraria Progresso Editora: Salvador, 1952, p. 21
Era chamado pelos seus clientes como o “doutor inglês.” Exerceu com perfeita competência a clínica médica, a cirurgia e a obstetrícia e foi um celebrado epidemiologista, orientando o presidente da província da Bahia nas infaustas epidemias de febre amarela e cólera-morbo tendo asseverado a natureza da moléstia e alertando o governo em derredor da necessidade das medidas de quarentena.
Antonio Carlos Nogueira Britto